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11/12/2016 :: Coluna: Referências Fotográficas


Espere um pouquinho, estou procurando referências sobre referências…

Sou vítima de um dos lemas democráticos do CFCX: quem inventa, aguenta. E aqui estou eu, escrevendo sobre algo que faço constantemente, mas sobre o que não tenho referência teórica alguma. Só mais um pouquinho…

Como quase sempre acontece, me perco procurando por alguma “luz” – é assim que eu chamo as referências. Começo com uma ideia vaga e vou garimpando elementos que mede em subsídios para seguir em frente. Frequentemente, termino muito longe de onde comecei e mais satisfeita com o resultado do que com a ideia inicial.

Recentemente, precisei fazer um projeto para uma das aulas de fotografia que frequento. Ele seria avaliado pela qualidade técnica e pela criatividade. E de onde tirar uma idéia criativa?

O ser humano nasce sem conhecimento do mundo que o cerca. Ele precisa viver para aprender como se comportar nas mais diferentes situações que seu entorno lhe apresenta. E, assim, de uma forma bem simplista, ele vai adquirindo referências sobre o certo e o errado, o bonito e o feio, o eficaz e o improdutivo… 
Por que com a fotografia deveria ser diferente? Não nascemos sabendo fotografar. Aprendemos estudando eexperimentando. Precisamos de referências para nos tornarmos bons fotógrafos, amadores ou profissionais.

A “luz”, a qual me refiro, não se limita a conceitos teóricos, mesmo que importantes. Ela se expande para um imensurável número de imagens ao nosso redor. Estudar os fotógrafos mais importantes, suas técnicas, o objetivo e o contexto de seu trabalho é imprescindível para desenvolvermos o olhar fotográfico. Não produzimos nada no vácuo, somos consequência das informações que nutrem nosso pensamento. Aprimorar o olhar fotográfico, perceber o que é uma boa imagem, criar um estilo pessoal coerente e significativo é uma construção constante.

Como dica prática, sugiro construir um banco de referências. Crie um arquivo com o nome de um projeto fotográfico e escreva nele sua ideia inicial e, em seguida, liste as referências que encontrar ao longo do caminho (livros, imagens, textos, links...). Não se limite a pesquisas diretas no Google. Use também sites de banco de imagens, de agências de fotografia, de museus, de artes plásticas ou qualquer outro de alguma forma ligado ao tema que você se propôs a estudar. Deixe-o em aberto. Dê tempo para a ideia germinar e volte ao arquivo e à busca de referências de vez em quando. Você vai sesurpreender com o resultado. Eu uso o Pinterest como ferramenta para armazenar imagens, criando uma pasta para cada projeto.

E, no mundo real, depois de pesquisar imagens, fotógrafos e textos, tive uma ideia criativa para o meu projeto e fiquei feliz. Durou pouco. Mudei as palavras e o local da pesquisa, abri um livro e encontrei outras referências. Percebi a minha ignorância criativa diante de um mundo que, em 2011, produziu 380 bilhões de imagens.

Conclusão: Meu trabalho criativo se desfaz à medida que minha habilidade de procurar referências aumenta. Mas o meu olhar fotográfico, gradativamente, melhora.

Até a próxima,

Carla Tessari
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